Comunidade Anglicana de Goiás e do Distrito Federal (CAGDF)
Igreja Anglicana Episcopal do Brasil (IAEB)
Igreja Episcopal Anglicana do Chile (IEACH)
Sobre nós
HISTÓRIA DO ANGLICANISMO
O cristianismo chegou à Inglaterra no século III. Nessa época o território estava sob um processo de colonização romana. Os legionários, mercadores, soldados e administradores levaram à colônia suas leis costumes e religião. Entre eles havia provavelmente aqueles que tinham abraçado a fé cristã e oravam secretamente a Deus, enquanto os seus companheiros prestavam honras ao império, ao imperador e aos deuses das religiões de mistério. Estamos aqui no terreno das conjecturas. A história não deixou documentos que pudessem provar a veracidade dos fatos. Por isso, nos lugares marcados pelo silêncio da história, encontramos lendas e tradições que falam de viagens missionárias que teriam sido feitas àquela ilha pelos apóstolos Paulo e Filipe e por José de Arimatéia. A primeira referência histórica sobre a existência de cristãos na Grã-Bretanha foi registrada por Tertuliano que, em 208, fala de regiões da ilha que haviam se convertido ao cristianismo. Pouco se sabe sobre esses cristãos durante o segundo século. O certo é que, em 314, três bispos ingleses participaram do Concílio de Arles, no sul da França. Esse fato mostra que já havia uma igreja organizada na grande ilha. No começo do século V, os romanos abandonaram a Grã-Bretanha, permitindo a invasão dos anglo-saxões, que destruíram as igrejas e reduziram a prática da fé cristã durante quase 150 anos. Em 597, o papa Gregório enviou uma comitiva de 40 monges, chefiada por Agostinho, para converter os bretões. A obra missionária iniciada por Agostinho foi consolidada por uma segunda missão romana liderada por Teodoro de Tarso. No final do século X, os dinamarqueses invadiram a Grã-Bretanha e destruíram quase tudo, deixando a impressão que Deus havia se ausentado do mundo. Em 1016, houve uma segunda invasão normanda, mas com a diferença de que o rei era cristão e por isso a igreja foi protegida. Doze séculos depois, a igreja inglesa julgou necessário resistir à antiga intromissão papal, rompendo suas relações com Roma.
SINAIS DA REFORMA
Os primeiros sinais da reforma inglesa que vão eclodir na separação provocada por Henrique VIII, em 1534, começaram, na verdade, com Anselmo (1034-1109), que aceitou o convite para ser Arcebispo de Cantuária sob duas condições: que as propriedades da igreja fossem devolvidas pelo rei e que o arcebispo fosse reconhecido como conselheiro do rei em matéria religiosa. A luta que começou entre a coroa e a igreja confirmou, mais tarde, que a Inglaterra fez sua reforma religiosa debruçada sobre si mesma. Henrique VIII não fundou um nova igreja, mas simplesmente separou a igreja que já existia na Inglaterra da tutela e controle romanos por razões políticas, econômicas, religiosas e até pessoais. Durante quase mil anos a Igreja da Inglaterra esteve sob o domínio direto de Roma. Henrique VIII rompeu essa antiga filiação eclesiástica com o apoio do Parlamento. Separada e independente, a Igreja da Inglaterra continuou sua milenar caminhada na história, alternando períodos de influência ora romanístas, ora protestantes. Em 1559, começou o reinado de Isabel I, e com ela veio o controvertido Ato de Uniformidade, que devolveu à rainha o mesmo poder sobre a igreja que tinha Henrique VIII. A era elizabetana foi um período de apogeu. Foi nessa época que começou a colonização da América, onde a igreja anglicana se desenvolveu rapidamente e se organizou principalmente depois da independência americana em 1776. A igreja americana teve seu primeiro bispo em 1784 e manteve a igreja livre do poder civil. Assegurada a sucessão apostólica, a igreja americana se desenvolveu rapidamente, criando dioceses, paróquias e inúmeras instituições.
MANEIRA DE SER
O ecumenismo faz parte do modo de ser dos anglicanos. Eles oram e trabalham para que as demais igrejas busquem a unidade em amor e obediência a Deus como um só corpo pela ação e poder do Espírito Santo. Os anglicanos acreditam que o trabalho da igreja é pregar o evangelho da reconciliação para o universo inteiro e não só para a parte que se considera cristã.
A Igreja Anglicana busca equilibrar a tradição católica com as influências benéficas da Reforma protestante. Por isso ela é essencialmente católica e também reformada. A liturgia preserva a mais antiga estrutura de culto cristão, com grande ênfase na proclamação da Palavra de Deus. Há um grande valor pela Liturgia, sendo que as crenças e doutrinas são definidas no próprio manual litúrgico (o Livro de Oração Comum).
O LOC orienta as diferentes celebrações cúlticas não segundo uma opinião individual, mas do consenso da Igreja como um todo. É o mais importante livro depois da Bíblia. Sua doutrina estabelece aquilo que acredita serem os verdadeiros valores morais e cristãos. Na sua longa história, a pastoral e a liberdade individual não determinam automaticamente que os seus adeptos têm de fazer isso ou aquilo, mas que para o seu próprio bem devem seguir os ensinamentos da igreja e decidir por si mesmos. É uma igreja que não despreza o uso da razão e da investigação científica. Sua posição liberal e democrática a coloca em posição privilegiada para dialogar ecumenicamente com os demais ramos do cristianismo.
Para glorificação de Deus, além do LOC, a Igreja também dá grande valor à arte sacra, ao altar, arquitetura dos templos e tudo que possa contribuir para expressar nossa fé em Deus: as flores do altar, as cores litúrgicas, velas, incenso, música e a atmosfera de reverência diante de Deus. A Igreja dedica grande respeito aos seus Templos, a ponto de algumas pessoas interpretarem como sinal de frieza o que para nós é expressão de reverência pelo espaço consagrado à oração e culto a Deus.
OUTROS RITOS DE CARÁTER SACRAMENTAL
A) Confirmação ou Crisma: Ministrada pelo(a) bispo(a), representa a maioridade na fé e confere a todo confirmado a dignidade do ministério leigo e a plenitude dos dons do Espírito Santo. Para ser confirmada, a pessoa precisa ser batizada, ter aceito Jesus Cristo de forma pessoal e consciente como seu Senhor e receber instrução catequética apropriada.
B) Matrimônio: A Igreja Anglicana celebra o matrimônio de acordo com as leis do país e desde que um dos nubentes seja batizado. Os divorciados podem casar-se novamente, cumpridas as determinações canônicas da Igreja.
C) Unção e benção da Saúde: Ministrada pelo sacerdote mediante a imposição das mãos a todos que se sentem abatidos física, mental ou espiritualmente. O sacerdote, se julgar conveniente, pode administrar a benção com óleo consagrado pelo(a) bispo(a).
D) Penitência: Também conhecida como “Confissão e Absolvição”. Ministrada por um sacerdote coletivamente (durante a liturgia) ou individualmente, assegura o perdão de Deus a todas as pessoas que se arrependerem de suas más ações e desejam reiniciar uma nova vida. “Àqueles a quem vocês perdoarem os pecados, esses serão perdoados” (Jesus em João 20.23).
E) Ordenação: A Igreja ordena ao sagrado ministério pessoas que tenham recebido elevada preparação teológica para corresponder à dignidade do ministério. As ordens de diácono, presbítero e bispo são cumulativas, vitalícias e abertas a homens e mulheres solteiros(as) ou cadados(as). Nossa Igreja não exige aos sacerdotes o sacrifício do celibato.
Todas as pessoas batizadas, fiéis e obedientes a Deus, são membros plenos do Corpo de Cristo, a Igreja. A Comunidade Anglicana está aberta para todas as pessoas, pois todas são filhos e filhas de Deus.
SÍMBOLOS
Um dos símbolos mais conhecidos da igreja anglicana é a Rosa dos Ventos (Compass Rose), espalhado por todos os lugares onde existe uma igreja anglicana, demonstrando que o seu uso está se tornando cada vez mais universal. No centro, vemos a cruz de São Jorge, que lembra a origem dos anglicanos.
A inscrição em grego foi tirada de João 8.32 (a verdade vos libertará) e circunda a cruz e a bússola, lembrando a expansão do Cristianismo anglicano pelo mundo. A mitra que em cima do emblema nos lembra o papel do bispo e a ordem apostólica como elementos essenciais das igrejas que integram a grande família da Comunhão Anglicana. A Rosa dos Ventos é um símbolo largamente usado pelos anglicanos como sinal identificador da Comunhão Anglicana.
A cruz celta, é um símbolo do início do cristianismo nas ilhas britânicas, e hoje , muito associada a fé anglicana. O Círculo em volta da cruz simboliza a universalidade de Cristo, que não tem início nem fim, conforme o livro de Apocalipse: “Eu Sou o Alpha e o Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o último” (Ap 22:13)
Algumas dúvidas sobre a Igreja Anglicana
Posso me casar, ser batizado ou crismado nesta Igreja?
Pode! Basta desejar, nós te aceitamos e te recebemos no amor incondicional de Jesus Cristo.
Como a Igreja Anglicana vê os Santos?
Primeiramente não nos esquecemos que a sagrada Escritura é clara ao afirmar: “Jesus é o caminho a verdade e a vida e ninguém vai a Deus senão for por Ele”. Mas nós cremos também que no corpo místico de Jesus Cristo, Deus vinculou todos os seus escolhidos em uma só comunhão e irmandade. Portanto, é saudável buscar imitar, em vida e virtude, os Bem-Aventurados Santos. Nós oramos no Credo que acreditamos na comunhão dos Santos, declaramos então que estamos unidos com todo o povo de Cristo, vivos ou ressurretos lá onde há muitas moradas, segundo Jesus.
Como os Anglicanos vêem Maria?
Eis as palavras do anjo Gabriel e de Isabel, ditas a Maria no Evangelho de Lucas;
“Ave Maria, cheia de Graça, o Senhor é convosco; Bendita sois Vós entre as mulheres, e bendito o fruto de vosso ventre, Jesus”.
Maria é tida como a favorita entre os Santos, pois quem pode estar mais próximo de Cristo do que aquela que lhe deu a carne, que o carregou, o amamentou, o lavou, o alimentou, o vestiu, o ensinou e que finalmente o segurou morto em seus braços? O próprio Evangelho deixa claro que devemos honrá-la. Quando Isabel diz: ” Tu és a mais Bendita entre todas as mulheres. Por que me está sendo dada a honra de que venha a mim a mãe do meu Senhor?” (Lc I:42-43).
E quando Jesus na cruz entregou Maria para ser a mãe do apóstolo amado, a Igreja sempre entendeu que isso significava que Ele a estava entregando para ser a mãe de todos seus amados discípulos, mãe dos cristãos e mãe da Igreja. Maria não é algum tipo de deusa, e sim, ao contrario, ela foi considerada a mais humilde entre os humildes, mas que obedeceu à vontade de Deus, carregou Seu Filho neste mundo, participou de Seu sofrimento mais do que ninguém e, por isso, agora participa em sua glória. Eis porque o anjo Gabriel previu que todas as gerações a chamariam de Bem-Aventurada, e assim sempre o será.